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Atividades do 1 Ano
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Exercícios - As desigualdades sociais no Brasil 1- (UEL – 2003) O texto que segue é do poeta cearense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, cantador do drama dos caboclos nordestinos e dos pobres do Brasil. BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO Meu compadre Zé Fulô, Meu amigo e companhêro, Faz quage um ano que eu tou Neste Rio de Janêro; Eu saí do Cariri Maginando que isto aqui Era uma terra de sorte, Mas fique sabendo tu Que a miséria aqui do Su É esta mesma do Norte. Tudo o que procuro acho. Eu pude vê neste crima, Que tem o Brasi de Baxo E tem o Brasi de Cima. Brasi de Baxo, coitado! É um pobre abandonado; O de Cima tem cartaz, Um do ôtro é bem deferente: Brasi de Cima é pra frente, Brasi de Baxo é pra trás. Aqui no Brasi de Cima, Não há dô nem indigença, Reina o mais soave crima De riqueza e de opulença; Só se fala de progresso, Riqueza e novo processo De grandeza e produção. Porém, no Brasi de Baxo Sofre a feme e sofre o macho A mais dura privação. (PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 271-272.) Segundo a interpretação do poeta sobre o problema da pobreza, é correto afirmar: a) A pobreza atinge principalmente os moradores da região Nordeste, chamada por ele de “Brasi de baxo”. b) Na origem da pobreza está o domínio do acaso e do azar, predominando a riqueza em regiões privilegiadas como o Rio de Janeiro. c) A pobreza deve-se às diferenças de características pessoais (físicas, psíquicas e raciais, entre outras) que existem entre os brasileiros do sul e os do norte. d) No Brasil, a pobreza atinge tanto a população nordestina como a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias de pessoas. e) A pobreza no Nordeste e na região Sul do país decorre do mau aproveitamento dos seus recursos naturais e humanos. 2- (UEM – Verão 2008) Sobre a formação das classes sociais no Brasil, no período de transição do trabalho escravo para o livre, assinale o que for correto. 01) A produção do café para exportação contou com o emprego de uma mão-de-obra livre, a dos colonos, mas não necessariamente assalariada. 02) A expansão da cafeicultura estimulou o crescimento de cidades como São Paulo, que demandavam alimentos ofertados, principalmente, pelas lavouras dos colonos, trabalhadores livres que, paulatinamente, substituíram o trabalho escravo. 04) Durante o período em que vigorou a escravidão, o mercado consumidor de produtos localmente manufaturados era grande, tornando possível identificar uma produção industrial intensa e, portanto, uma classe operária constituída. 08) Nos cafezais em formação, o colono tinha permissão para cultivar alimentos entre os pés de café, sendo essa prática uma das principais características do regime de colonato, um estágio tido como transitório pelo colono e por sua família. 16) A construção acelerada das estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX, a elevação de tarifas aduaneiras e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre foram medidas que inviabilizaram um modelo de desenvolvimento econômico que conduziria à consolidação de duas classes sociais no Brasil: a burguesia e o proletariado. 3- (UEM – Verão 2008) Considerando o debate sociológico sobre o tema das “desigualdades sociais” no Brasil, assinale o que for correto. 01) O desemprego é uma condição de vida experimentada por muitos indivíduos na atualidade. Ele é analisado pelas teorias sociológicas como uma “questão social”, podendo ser um fenômeno que envolve diversos elementos estruturais de uma ou de várias sociedades. 02) O aumento significativo do número de divórcios é resultado dos problemas que afetam os indivíduos em particular, destruindo lares e famílias, exigindo soluções específicas para cada pessoa. 04) As desigualdades socioeconômicas entre brancos e negros são explicadas pelo sentimento de inferioridade que os negros, historicamente, cultivaram, não tendo relação com o regime de produção baseado na monocultura, no latifúndio e na escravidão. 08) Os negros integram o grupo social que permanece por menos tempo na escola. A implantação de políticas públicas que tenham como meta sua inclusão no sistema formal de ensino integra, na atualidade, o grupo das ações afirmativas, discutidas pelas instituições de ensino superior. 16) O desemprego, o divórcio e as desigualdades socioeconômicas entre negros e brancos podem ser analisadas como “questões sociais” que produzem efeitos perversos exclusivamente nas classes sociais menos favorecidas. 4- (UEL – 2004) Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi implantado, no exame vestibular, o sistema de cotas raciais, que desencadeou uma série de discussões sobre a validade de tal medida, bem como sobre a existência ou não do racismo no Brasil, tema que permanece como uma das grandes questões das Ciências Sociais no país. Roger Bastide e Florestan Fernandes, escrevendo sobre a escravidão, revelam traços essenciais do racismo à brasileira, observando que: “Negro equivalia a indivíduo privado de autonomia e liberdade; escravo correspondia (em particular do século XVIII em diante) a indivíduo de cor. Daí a dupla proibição, que pesava sobre o negro e o mulato: o acesso a papéis sociais que pressupunham regalias e direitos lhes era simultaneamente vedado pela ‘condição social’ e pela ‘cor’.” (BASTIDE, R.; FERNANDES, F. Brancos e negros em São Paulo. 2.ed. São Paulo: Nacional, 1959. p. 113-114.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a questão racial no Brasil, é correto afirmar: a) O racismo é produto de ações sociais isoladas desconectadas dos conflitos ocorridos entre os grupos étnicos. b) A escravatura amena e a democracia nas relações étnicas levaram à elaboração de um ‘racismo brando’. c) As oportunidades sociais estão abertas a todos que se esforçam e independem da ‘cor’ do indivíduo. d) Nas relações sociais a ‘cor’ da pessoa é tomada como símbolo da posição social. e) O comportamento racista vai deixando de existir, paulatinamente, a partir da abolição dos escravos. 5- (UEL – 2005) Relatório divulgado pelo Banco Mundial, em 2004, constata que o Brasil teria de elevar "em dez ou 15 vezes" o montante de dinheiro destinado a programas como Bolsa-Escola, a fim de equilibrar as disparidades de renda e integrar os mais pobres ao mercado. Na atual situação, de acordo com o Banco Mundial, o Brasil tem contribuído de maneira significativa para a estagnação da diminuição do número de miseráveis na América Latina. Agrava a situação o fato de que a miséria deve persistir por muito mais tempo em relação ao resto do mundo, mesmo se houver um ciclo de crescimento econômico com taxas elevadas. Essa dificuldade é acentuada pelo alto endividamento do país, que vem agindo como empecilho para a melhor redistribuição de renda. Enfim, o Banco Mundial ressalta que tanto a América Latina quanto o Brasil tem-se revelado na contramão em relação ao resto do mundo, que, nos últimos 20 anos, diminuiu pela metade o número de miseráveis. (Adaptado de: Folha de São Paulo, São Paulo, 24 abr. 2004. p. A-7.) De acordo com o texto, é correto afirmar que, para o Banco Mundial: a) O Brasil tem contribuído para a estagnação da pobreza mundial, em razão das altas taxas de crescimento econômico dos últimos anos. b) A pobreza poderia ser erradicada se o Brasil e os governos da América Latina decidissem não saldar a dívida externa. c) Taxas elevadas de crescimento econômico representam pré-condições à redução pela metade dos atuais níveis de pobreza na América Latina. d) A redução da pobreza deriva da retração do investimento público, o que liberaria mais dinheiro para o investimento produtivo. e) O caminho mais adequado para a redução da pobreza é o incremento dos gastos com programas sociais de caráter assistencial.